quinta-feira, 13 de janeiro de 2011



Ituiutaba e parte da região se mobilizaram diante do evento que os aguardava. A forte e eficiente comunicação boca a boca e os cartazes espalhados pela Internet prometiam riffs e distorções em cada segundo eterno daquela noite de puro rock’n roll ituiutabano.

Pela 1º vez em ituiutaba, várias bandas teriam seu material artístico à venda, tomara que isso tenha despertado interesse nos organizadores de manter essa inovação. Na banca improvisada, o fodástico CD do Scourge – “On The Sin”, o lançamento pós humano do cd da Posthuman Tantra - "Transhuman Reconnection Ecstasy", sem falar na venda da Demo da Lycanthropy, além do seu novo EP, com produção mais que profissional – “Beware”.

Logo de início, a garotada de preto assustou os moradores, que foram dormir abraçados ao telefone, só pela audácia de não estarem tocando sertanejo no bairro Alvorada.

Aquele ali parecia um evento único, algo que, quem não foi, nunca, nem em momentos próximo ao travesseiro irá novamente presenciar. No pátio do London os amigos rockers de sempre, e uma nova presença, rostos que a idade escreveu com calma, senhores da 3ª idade que aterrissaram ali só para conferir o som único do Tijuco.

Inicialmente o palco parecia diferente. Rose Franco, o VJ Lucas e suas aplicações computacionais pousaram sobre a estrutura que agora seria a residência da Phostuman Tantra em sua primeira apresentação em Ituiutaba! No telão às costas do mentor da banda, Edgar Franco, pôde ser visto várias ilustrações animadas feitas por ele mesmo e que contracenaram com o som de todas as faixas tocadas.

Com uma presença de palco ousada e corajosa, dividiu a multidão que assistia entre aqueles que admiravam cada movimento peristáltico do poeta e outros que não entendiam nada, viam apenas um maluco epiléptico imitando uma salamandra.

O show dessa banda futurística ainda teve a performance sanguinária que encenava a abertura da bioporta de Julie Raven que, muitos consideraram quase menstrual. Finalizando com o convite à Lycanthropy para a união musical na última faixa "Biotech Antenna", que devido a ações inéditas, quase fez a galera orvalhar das pálpebras.

Aproveitando o local que estavam, a Lycanthropy se manteve sobre aquele altar e proporcionou aos expectadores, talvez o melhor show de sua carreira ou o melhor desempenho Thrash Metal em Ituiutaba nesses 109 anos de história.

Cada nota construída ali, fez a multidão em volta do palco transbordar violência; o vocal de Diogo Vilela contracenou perfeitamente com o excelente desempenho do baixista Silas Demétrio que em cada dedo nas cordas parecia imitar o impulso de mil corações escaldados em emoção.

Como sempre a atenção foi triplicada na faixa Run While You Can, que tirou até os tetraplégicos das cadeiras e os levou direto pra banquinha improvisada onde os CDs da banda finalmente venderam feito exorcismo no inferno (ou pinga em buteco). Mais uma vez o novo baterista Thales Matheus se destacou em seus movimentos musicais, que mais pareciam uma batalha medieval com a bateria, de tão rápidos.

A Sky Hell subiu a edificação ganhando o estranhamento no olhar dos presentes, mas foi só o 1º acorde ser liberado que vimos na platéia aquele adolescente rebelde sair de dentro de cada marmanjo escondido ali. Com o repertório inicialmente hard rock anos 80, a banda cover libertou um Gun’s Roses com técnica e estilo que nunca antes a cidade presenciou. Cada nota parecia exata, e o vocalista se movimentava e cantava tão bem que as meninas mimadas quase viram Axl Rose ali no palco.

A banda ainda presenteou a noite com covers de Metallica, Motorhead e Alice and Chains que transformou o London Fest em um pulódromo. Ao fim do show, até a calça do guitarrista que inicialmente era ridícula feito o visual do Boy George, passar a ser um espetáculo visível em cada sorriso de aprovação.



Agora era a vez de o BurnAhead trazer pra Ituiutaba o que aprendeu de melhor nas escola vital do rock. A presença de palco irreverente do guitarista e vocalista com timbre rasgado impôs respeito e admiração no publico que já batia palmas nos primeiros acordes da banda. Precisão musical de alto nível eram marcas dos músicos e elevavam a cidade ao melhor nível da música contemporânea.

As composições da banda provaram que musica boa não é a que sai apenas do rádio. A canção autororal My machine fez os músicos presentes pensarem: Porque não compus isso antes? O grupo ainda possibilitou que os rostos empolgados subissem ao palco para cantar partes de covers, fazendo com que até os mais tímidos se sentissem rock stars, como foi o caso de Seek and Destroy do Metallica.

Antes da próxima banda subir na arena do rock’n roll, a polícia baixou empolgada com o som! Ninguém aqui pode tocar melhor que a gente não! Disse o capitão. Recebemos mais de 10 ligações de vizinhos que exigem que a polícia toque o sertanejo raiz aqui pra animar a noite e mostrar pra vocês o que é um solo de viola!

Edilson Dibah, o organizador do evento, frustrado diante do ultraje ao estilo da festa, preferiu encerrar tudo, a ouvir um cover de Amado Batista emitido pela policia, seriam riffs de pistola e arpejos de algema que o público não iria suportar.

Exceto o fim trágico emitido pela banda policial, cada rockeiro saiu dali com um sorriso tatuado no rosto, sinal marcante de quem viu a melhor festa de rock da cidade em anos. A mesa de som finalmente foi certeira, levando aos ouvidos cabeludos o que os instrumentos têm de melhor. Todos que dali partiram, ainda tinham muito a comentar pelas ruas ou onde fossem sobre essa festa histórica em ituiutabacity.

Muitos nomes de músicos de Uberlândia não foram citados pela falta de dados que o blog conseguiu, se tiverem o mande pro blog por favor!
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10 comentários:

  1. Foi simplesmente a festa mais incrivel que já aconteceu em solo Ituiutabano!

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  2. Jéssica Sant'Ana Silveira13 de janeiro de 2011 às 21:03

    Foi uma pena mesmo a última banda não poder se apresentar. Esperamos outra pra poder compensar os caras, né.
    Foi incrível mesmo, a Sky Hell é da hora, acho que foi um dos melhores covers que já vi, até porque os daqui também deixam a desejar.
    Mais uma vez a organização está de parabéns.
    É isso, e queremos mais Rock Night! YEAH

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  3. fodona a festa, a resenha tambem ficou demais!

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  4. "quase fez a galera orvalhar das pálpebras." HAHAH'
    É o que chamo de eufemismo HAHAHA
    Muito bom!

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  5. Muito boa resenha! ahahaha mais so uma correção Thrash metal*

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  6. ja corrijiram

    a lycanthropi foi a melhor banda da noite

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  7. o que foi sidney, voce nao gostou dos shows????

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  8. Grande ARTH,

    Sensacional a sua resenha!!!! E foi uma HONRA enorme tocar nessa noite memorável!!! Aproveito para agradecer a todos os amigos que nos prestigiaram!!!
    Grande abraço pós-humano,
    Edgar Franco

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  9. Melhor festa de todos os tempos,pena que não tivemos a oportunidade de prestigiar a ultima banda.

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