domingo, 15 de agosto de 2010



Achou o clip confuso? Abstrato demais? Então leia a interpretação de Edgar franco (o idealizador), que esclarece bastante sobre o que vemos nesses 2:43 min de video.

Se você quer interpretar sozinho o clip, aconcelhamos a não ler.

Edgar Franco diz:


No clipe, dirigido por Ariadne & Christian Rengstl, com roteiro e direção de arte minhas, parto da simbologia do "Terceiro Olho" da tradição hinduísta, ele é o canal intuitivo para a transcendência.

O videoclipe é uma encenação dramática da desconexão gradativa da espécie humana com a natureza. Ele começa com algumas imagens de natureza e sons de pássaros mas já denota o processo gradativo de desconexão - pois a montanha aparece atrás de grades, as plantas por detrás de um buraco na parede e o céu refletido em uma poça d'água num piso de concreto.

O cântico de pássaros, simulado por mim com um apito indígena pataxó, é uma espécie de lamento prenunciando o desligamento homem-natureza. Logo depois a música torna-se dramática com uma percussão que representa o batimento cardíaco de Gaia acelerando, pois ela está sendo tragicamente ferida.

O terceiro olho surge na mão esquerda, ele significa a conexão intuitiva com Gaia e o Cosmos, mas no final da animação do olho ele se fecha - simbolizando o desligamento ego-monetarista-tecnológico do homem com sua essência natural.

Depois disso eu - atuando no clipe - passo a representar ritualisticamente a espécie humana e a destruição gradativa da natureza realizada por ela. A faca é o instrumento ritual, exploro buracos múltiplos representando os ferimentos na carne de Gaia, a mãe Terra. Também represento o homem preso em grades egoísticas buscando tudo pra si - a coisificação do mundo - no momento em que minhas mãos saem por detrás de uma porta de ferro como mãos gananciosas buscando pegar o vácuo para si e trazê-lo para sua prisão individualista.

Apareço ainda na escuridão, mas fazendo pose de rei, mais uma vez simbolizando o vazio do poder que exclui o entendimento de que somos todos uma só criatura. Quase ao final, antes de perfurar mais uma vez Gaia com a faca, eu represento o suicídio da espécie humana, simulo a faca rasgando minha mãe e meu abdôme - pois na tentativa vã de assassinar Gaia, simplesmente assassinamos à nossa espécie megalomaníaca.

Finalmente, nos últimos segundos do clipe, uma dança acelerada representa a tentativa frustrada da espécie humana de se livrar das consequências de seus atos egocentrados. No desfecho do vídeo eu estou morto sobre uma pilha de "grades" - prisões materiais e coisificadas - a única coisa que conseguimos construir com nossa ânsia de poder e profunda desconexão com Gaia e com o Universo.

O videoclipe é uma ritualização simbólica de nossa relação com o planeta a partir da gradativa evolução tecnológica e simula um possível final trágico para a espécie se a hipertecnologia não resgatar os valores naturais e nos proporcionar uma reconexão com o Cosmos. O objetivo é provocar uma reflexão sobre esses processos. Mesmo que a mensagem não seja absorvida objetivamente, ela funcionará subliminarmente na consciência de quem assistí-lo e será disseminada pelos processos de ressonância mórfica.

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2 comentários:

  1. Valeu pela divulgação no Blog.
    É um trabalho modesto feito de maneira alternativa, mas é sincero.
    Abraço pós-humano,

    Edgar Franco

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  2. Um "artista " só explica sua "arte" assim minimamente por dois motivos :
    1º Ele superestima a inteligência do seus fãs .
    2º Sua arte e tão ruim que precisa ser explicada .

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